Tudo sobre a região do Anhanduizinho
Campo Grande, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2024.
Representante da Sociedade Artística Chinesa, June Wong, observa e analisa atentamente os cinco quadros escolhidos (Foto: Divulgação)
“Foi um surpresa muito agradável”. Essa foi a reação do professor Fernando Freitas, que leciona artes na Escola da Rede Municipal de Ensino (REME), com os alunos da Escola de Tempo Integral, Ana Lúcia de Oliveira Batista, localizada no Jardim Paulo Coelho Machado, no bairro Centro Oeste, na região do Anhanduizinho.
A “surpresa” dita por ele, foi pelo fato de o projeto por ele elaborado, “ O quarto que habita em mim”, ter sido um dos escolhidos pela Sociedade Artística Chinesa e como premio, ele viajará à China a convite da Sociedade de Educação e Arte de Hong Kong, para onde deverá embarcar em dezembro.
Conforme as explicações do professor de Artes, Fernando Freitas, o projeto “O quarto que habita em mim”, teve a intenção de proporcionar aos alunos a improvisação de diversas cenas a partir do estímulo dormitório/quarto; elaborar dramaturgia (escrita, corporal, e/ou gestual) com base no tema quarto e reconhecer as potencialidades criativas e expressivas do corpo.
Ainda conforme as suas explicações, através desse projeto, os alunos puderam ter a expressão corporal, vocal, facial e gestual, além de dramaturgia, texto teatral, espaço cênico e ação dramática e tudo esse contexto, rendeu a ele, a título de convite, a viagem a Hong Kong.
Do projeto participaram 30 alunos da escola, na faixa etária de nove a 11 anos de idade, do 5º ano do Ensino Fundamental. Ao todo foram selecionadas cinco obras dos alunos que foram pintadas no caderno de desenho e depois repassadas para telas de pequenos quadros.
Dinâmica
O projeto ora escolhido pela Sociedade Artística Chinesa foi iniciado ainda no mês de fevereiro do corrente ano e em sala de aulas, os alunos trabalharam a questão de sua própria identidade como forma de autoconhecimento. A intenção era identificar traços e personalidades dos mesmos a partir da observação do desenho dos quartos de suas casas.
“A intenção do projeto sempre foi trabalhar a identidade dos alunos e possibilitar o espaço de autoconhecimento. Todos os desenhos das obras surgiram a partir de uma dramaturgia teatral. Ao invés de ser escrita, por meio do desenho eles começaram a criar experimentações orais trazendo o elemento do seu próprio quarto e, a partir disso montamos um experimento cênico”, explicou o professor.
Sociedade
Existindo desde 1992, a Sociedade Artística Chinesa sempre trabalhou com a seleção de obras artísticas de escolas públicas na China.
A partir de 2018, a instituição iniciou as seleções de obras de estudantes de escolas públicas de outros países visando à exibição das mesmas em Hong Kong.
A representante da Sociedade Artística Chinesa, June Wong, artista plástica que veio de Hong para prestigiar a apresentação dos alunos, falou sobre o trabalho das crianças e o diferencial em relação aos trabalhos de outros países.
“Notei que não é muito diferente de outras crianças do mundo. A diferença esta entre artistas mais jovens e mais velhos. Quando se está mais velho, está mais suscetível a inspirações do cotidiano. As crianças trazem um trabalho de maneira diferente e inovadora”, ressaltou.
Realização
Já o professor Fernando Freitas comentou sobre a emoção ao saber que as obras selecionadas dos seus alunos ganhariam projeção internacional. “Foi um surpresa muito agradável. De fato, nós não estávamos esperando e quando entrei em contato com a June e começamos a explicar como foi todo o processo, perceberam o encantamento e, sem sombra de duvidas fiquei bastante feliz. Para as crianças também está sendo muito importante elas entenderem que podem ganhar o mundo e o mundo pode ser o quintal da casa deles”, afirmou.
O aluno Paulo Ricardo Ortega Marília, 11 anos, do 5º ano comentou sobre a seleção das obras do projeto e disse que o teatro gera emoção.
“A gente se esforçou muito fazendo jogos teatrais para conseguir ter esse resultado. Isso para mim foi maravilhoso. Do meu quarto eu fiz o desenho de como eu queria que ele fosse e fiz como ele é. Acho importante porque o teatro faz parte de nossa vida e fomenta outras emoções. Foi tudo uma surpresa, minha mãe ficou feliz e sempre falou pra eu ir às aulas de teatro”, disse.
Bruno Benites de Souza, 10 anos, também do 5º ano, ressaltou que não esperava que o projeto tivesse destaque internacional. “Foi bem interessante, nunca tinha acontecido essa oportunidade e logo do nada aconteceu e eu fiquei bem feliz. Apresentamos uma imagem do nosso quarto de como seria ele, o quarto dos sonhos e como seria o verdadeiro, porque as características de nosso quarto representam muito sobre a gente”, concluiu.
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